domingo, 5 de maio de 2013


Coisas para consumidor engolir calado

Jolivaldo Freitas

 

Tem coisas que deixa a gente com o queixo caído. Ficamos todos com cara de besta. Com jeito de quem soltou pum no elevador e ele abriu a porta justamente na hora em que aquela vizinha gostosa decidiu entrar. E aí, o que fazer? Se transformar em paisagem? Tomar um tarja preta? O negócio é manter-se mais zen que o Dalai Lama. É o caso quando recebemos pelo peito uma propaganda insidiosa

    

Um lance que me deixou pasmo, em face de cara de pau da mensagem, foi a atitude de uma grande fábrica de cigarro, que colocou anúncios em revistas, conclamando o povo, os comerciantes e as autoridades a tomarem uma atitude contra os falsificadores paraguaios que vêm inundando o mercado nacional com produtos falsificados. São milhões de cigarros que entram pelas fronteiras e o querelante diz que são prejudiciais á saúde. E tem cigarro que não faz mal para a saúde?

 

Tem no Youtube um filme de título "Obrigado por Fumar". Assista e veja a cara de pau de um porta-voz da indústria tabagista americana, justificando o câncer causado pela tragada. Para ele tudo é normal e sadio. A fumaça do cigarro tem cinco mil componentes de lascar o cano. O problema é que sabemos que todo fumante só tem um neurônio.

 

Propaganda é a alma do negócio. Recentemente apareceu uma famosa atriz em comercial na televisão, olho no olho, que se o consumidor adquirisse um carro de certa marca, seria feliz eternamente. Conheço quem comprou o carro, que quebrou e faz um mês que não acha peça. Vai ficar lá uma eternidade.

 

Existem coisas altamente positivas que passam em brano e que bem poderiam ajudar a boa propaganda a vender produtos honestos. A propaganda ainda não descobriu que agradará muito mais se colocar um especialista em Libras, principalmente se for uma peça criativa ligada à indústria da moda ou alimentícia. Sugeri isso a um publicitário escroto que me perguntou: - Posso botar um cego?

 

 Mas também tem coisas na propaganda que passa batido. Todo mundo lembra quando a Pepsi lançou uma campanha, com as gêmeas brasileiras campeãs de natação. Quem comprasse uma garrafa de dois litros levava outra grátis. Parece que ela mesmo não acreditou no sucesso da promoção e em poucas horas não havia mais nenhuma Pepsi nas gôndolas.

 

Um supermercados, para evitar levar a culpa pela falta do produto começou a dar Coca Cola. Ou seja: na compra de uma Pepsi o consumidor ganhava uma Coca. Serve? Serve. Mas pegou mal e o responsável pelo marketing da marca deve ter levado um bom puxão de orelha. E o supermercado entrada na lista negra.

 

______________________________________________________________________